Hoje se completam exatos 20 anos que o ‘Black Album’ do METALLICA completou sua permanência de três semanas no primeiro posto das paradas estadunidenses. Para aqueles de nós que acompanhavam a banda por anos antes disso, foi um feito verdadeiramente extraordinário.
De fato, quando eu os encontrei pela primeira vez – alta madrugada em um hotel depois de Donington ’85, quando Lars e eu estávamos ao lado de um Cronos [do VENOM] inconsciente, com a cara enfiada em sua cerveja e nós enfiando nossos paus em sua orelha enquanto tiravam fotos disso, nós rindo como se fôssemos colegiais inglesas – eu já teria considerado o Metallica quatro caras muito sortudos se um dia eles ficassem tão famosos como o Motörhead.
Eu comecei a rever essa opinião quando, alguns meses depois, eles me convidaram para vê-los em estúdio na neve de Copenhagen para ouvir aos bounces da mixagem de ‘Master of Puppets’. Wow, eu pensei, esses cabeçudos fizeram algo especial mesmo aqui. Quer saber, se eles fizerem a coisa certa, eles podem ficar até tão conhecidos como o Iron Maiden um dia.
Quando o disco seguinte deles, ‘… And Justice For All’, alcançou de fato o Top 10 no Reino Unido e nos EUA, eu pensei, e essa agora? Eles conseguiram. Eles vão se agüentar numa boa agora por pelo menos mais cinco anos. Boa sorte pra eles.
Quando no verão seguinte, no trecho estadunidense do Monsters of Rock, os empresários do Metallica me disseram que o objetivo era que o Metallica fizesse seus próprios shows em estádios no prazo de cinco anos, eu literalmente explodi em gargalhadas. Era bom ter objetivos, mas isso era simplesmente uma loucura.
Três anos depois disso, contudo, o Metallica estava pulverizando estádios por todo os EUA. Jesus, eu pensei, aonde é que isso vai acabar? Isso tudo já tinha ido tão além de minhas previsões que eu não conseguia mais adivinhar.
Tendo dito isso, se algum oráculo tivesse me dito 20 anos atrás que eles estariam prestes a lançar um disco de 90 minutos com Lou Reed… digo, peraí, o que você tá fumando, cara? Adoro o doido do Lou, adoro o Metallica louco. Mas estamos falando de água e óleo aqui. Coloque os dois juntos e só o que você vai conseguir é uma merda intragável que ainda por cima vai ferrar seu motor.
E ainda assim, cá estamos. E enquanto isso é o que a maioria das pessoas que eu conheço que de fato ouviram o disco acha, pra mim pode bem ser o disco do ano. Eu ainda não posso dizer nada mais específico sobre isso. Mas eu vou dizer isso, se metade dos filhos da puta de bandas que têm metas medíocres e não merecem mais expectativas nossas só tentasse, algo que fosse um décimo tão ousado e arriscado, o rock seria a forma de música mais vibrante no mundo.
Claro, não vai acontecer, o que por um lado é uma pena. Uma grande pena, mas hey, o que nós de fato esperamos de pessoas que mal conseguem emendar uma palavra na outra na maior parte do tempo? Por outro lado, isso só prova mais uma vez que banda inacreditável, extraordinária é o Metallica. E quanta sorte temos por tê-los, não importa o que os ‘troos’ vão dizer sobre eles quando eles finalmente ouvirem o que eles andaram fazendo com o esquisito do tio Lou.
Eles vão ficar putos. Eu pelo menos espero que sim.
Vi no RockAAA!
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