quarta-feira, 25 de abril de 2012

Produtores do Metal Open Air Podem Ser Presos


 O deputado federal Chiquinho Escórcio solicitou na sessão de segunda-feira (23/04), no plenário da Câmara Federal, a prisão dos organizadores Natanael Júnior, da Lamparina Produções e Felipe Negri, da Negri Conserts, responsáveis pela produção do Metal Open Air, evento que atraiu milhares de fãs, com a promessa de ser o maior do gênero metal no país.

 Para Escórcio não resta dúvidas de que o evento foi um golpe aplicado pelos produtores. O cancelamento de mais de 20 bandas, de um total de 47 e os problemas na estrutura e segurança do festival, deixam claro o golpe aplicado em milhares de pessoas, que pagaram cerca de R$ 250,00 por dia de show.

 Segundo o parlamentar é preciso saber o que foi feito com o dinheiro dos ingressos, já que a maioria dos fãs compraram antecipadamente seus ingressos via internet ou mediante agentes autorizados.

 Vergonha, decepção e indignação: estes são apenas alguns dos sentimentos demonstrados pelos participantes do MOA em São Luís. O fracasso do evento, marcado pela desorganização promete deixar marcas desagradáveis e uma péssima impressão aos visitantes que vieram ao festival.

 Mike Jorge veio de Fortaleza e chegou em São Luís na última sexta-feira. Revoltado, o metaleiro conta que gastou R$ 400,00 na compra de dois ingressos e que se sente prejudicado com a forma como tudo aconteceu. “A gente sai daqui com uma péssima impressão disso tudo. Não tinha a menor condição de estrutura e segurança. Na hora dos shows várias pessoas foram assaltadas por gente estranha que pulava o muro”, disse.

 A metaleira San Rhanirak, que é vocalista de uma banda, está arrasada com o resultado do evento. “Viajei de Boa Vista, Roraima, até aqui. Gastei R$ 1.200,00 só com os ingressos. Vendi algumas coisas para pagar a viagem. Pretendia, juntamente com meus irmãos, conhecer as praias e passear pela cidade. Mas depois de tudo, só quero ir embora daqui o mais rápido possível”, relatou.

 Mas não foram só os cancelamentos que chamaram atenção dos participantes. A situação do local escolhido para receber os shows também. O Parque Independência é comumente utilizado para receber exposições de animais, e foi lá que os fãs do rock pesado foram instalados. “Tivemos que ficar na área próxima aos estábulos, onde estava cheio de cocô de cavalo. Para comprar comida, precisamos andar quilômetros. E tudo era muito caro. Vim para cá para realizar um sonho. Era uma história de vida, uma caminhada. Desde os seis anos curto esse som”, completou San Rhanirak.

 O gerente do Procon, Cléber Moreira informou que as reclmações podem ser feitas no Shopping do Cidadão da Praia Grande, João Paulo e na sede do órgão na Rua do Egito. Ele recomenda que os participantes guardem todos os comprovantes de gastos com ingressos, alimentação, transporte e peçam o ressarcimento. Os consumidores têm direito a indenização por danos morais e materiais, já que além dos valores gastos, existe ainda o sentimento de frustação pela não realização dos shows.

 E também tem o caso das pessoas que tiveram seus documentos, dinheiro e pertences roubados. Muitas, sem ter o que fazer, acamparam no pátio do aeroporto. Só receberam comida porque o Ministério Público, por meio da promotora Lítia Cavalcante, conseguiu com a Rede Mateus de Supermercados, a alimentação do pessoal.

 A imagem negativa gerada pelo fracasso do evento preocupa as autoridades. Segundo Nan Souza, vice-presidente do São Luís Convention e Visitours Bureau, o episódio pode prejudicar e muito a realização de outros eventos no estado, já que o fracasso repercutiu dentro e fora do país. Tanto é que o setor hoteleiro teme prejuízos principalmente com a SBPC, evento internacional que será sediado em São Luís no 2º semestre deste ano.

 A SBPC espera um público de 20 mil pessoas. Mas com o resultado do MOA, esse número pode cair consideravelmente. Alguma coisa precisa ser feita urgentemente. Os responsáveis pelo festival precisam ser penalizados. Os fãs precisam ser ressarcidos e a imagem da cidade, precisa ser restabelecida. Afinal, o povo maranhense, em especial o ludovicense, não pactua desse tipo de comportamento.

 As autoridades devem agir imediatamente com todo o rigor. As bandas não receberam o pagamento, mas os ingressos foram pagos, e a preços bem altos. E a conta disso tudo quem vai pagar é a cidade de São Luís, que por um bom tempo ficará com essa mancha em sua imagem perante o mundo.


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